Hoje um leão tentou me atacar, mas- pela minha reação- ele percebeu que eu não tinha tomado remédio. Você pode dizer que já leu essa frase na Internet e que é só um meme. Mas, para mim ela não é um meme e penso que não era também para quem originalmente postou. Essa é a minha forma de falar da minha força diante das adversidades e de como enfrentei os leões da vida.
Vejo ela como uma forma de dizer, sem fazer textão nas redes sociais: hoje dei um basta em quem se aproveitava da minha bondade ou quiçá da minha própria dignidade. É, tenho uma visão profunda a respeito dessa frase, pois minha vivência me levou a isso e tenho certeza que não sou a única nesse mundo.
As adversidades e a morte simbólica e o renascimento do eu
Comigo já aconteceu algo que é já ter morrido e ninguém perceber. E obviamente que não estou falando daquela morte física em que algum responsável vem buscar o corpo para ser velado. Estou falando daquele momento em que você sente que perdeu tudo e que o seu eu se foi mesmo estando respirando. Dói demais continuar respirando, procurar seu eu e não encontrar, pois ele se foi. É uma dor tão difícil que dá até a sensação de que realmente você irá partir, pois seu peito está sufocando.
Então, você se sente como uma sacola vazia e que precisa segurá-la e seguir adiante. Para onde não sabe exatamente, mas precisa seguir, pois fisicamente está viva.
Eu não sou quem um dia fui. A pessoa que era lá atrás morreu simbolicamente. Ela era muito sonhadora; acreditava em ética, moral, respeito às leis e à dignidade das pessoas entre outras coisas que parecem obsoletas ou, no máximo, convenientes quando atendem aos interesses de alguém.
Talvez nesse momento se pergunte: como esse relato faz relação com a reação da pessoa diante do leão. Porém ela tem e de muitas formas. Eu já surpreendi o leão quando morri e também quando simplesmente cansei. Hoje, quero falar da primeira vez que morri e como os leões se assustaram com a reação de alguém que era uma sacola vazia.
O momento de cura diante das adversidades
Como disse: acreditava em certas coisas e ainda sei que elas são as corretas. Contudo, não é a verdade na prática cotidiana. Você está tentando fazer tudo da maneira correta, mas é questionada e humilhada por isso. Os leões estão espalhados por vários locais sejam eles públicos ou privados. Eles geralmente não sabem fazer nada, então tentam reinar por cima do trabalho alheio ou impedir esse trabalho; afinal, impedir o brilho de alguém também é sua função. Se a ação dele vai prejudicar muitas pessoas além de você, não é uma preocupação dos leões.
No dia da minha morte simbólica, eu fiquei ali, por um tempo, sem perceber que tinha morrido e tudo o que restava de mim era uma sacola vazia, cheia de nadas e esses nadas eram as crenças dos leões, as ordens dos leões, era tudo relacionado ao que eles queriam ou pensavam. Nesse dia, senti que eu sangrei muito, mas nenhuma gota escorreu para fora do meu corpo. Ficou tudo aqui dentro e tinha a sensação que isso iria me sufocar e acabar com minha existência. Mas, era só medo e não foi assim.
Nesse dia, nenhuma ambulância veio em meu socorro, as pessoas passaram por mim e não perceberam o que estava acontecendo e talvez não se importassem, mesmo que percebessem. Fiquei assim sangrando por um tempo que já não sei dizer com precisão quanto foi. Só sei que eu estava me curando por dentro e me fortalecendo.

O momento de rugir e tomar as rédeas: enfrentando as adversidades
Achava que ficaria assim para sempre, mas, o amanhã veio e trouxe o calor do sol e foi quando os leões perceberam que a sacola vazia não tinha “tomado remédios”. Sim, tirei os nadas da sacola e vazia dos nadas enfrentei os leões. Como no meme, recebi um olhar de susto e uma tentativa de rugido que foi sendo calada com meu olhar, minhas atitudes centradas e todas pautadas na conduta moral, ética e legal que minha função exigia.
Os leões não conseguiram me enfrentar, pois não gritei histericamente como alguém que está fora de si. Não, enquanto estava sangrando, fui me fortalecendo com tudo que escorria por dentro. Meu sangue sempre esteve em meu corpo pulsando em minhas veias e isso me mostrava que estava viva e precisava me levantar e seguir em frente.
As situações de adversidade e nossa postura
Essa e outras situações me ensinaram que podemos morrer por várias vezes nessa vida. Nem sempre será por causa dos leões. Mas, o fato é que, raramente alguém vai perceber e, se perceber, não será capaz de entender como é estar sangrando por dentro e o que isso representa para você.
Em relação aos leões que nos sufocam, eles estão por todos os lugares inclusive ocupando o posto de amigos “fiéis”, de um familiar tóxico, de um parceiro manipulador ou qualquer um que se aproveita da outra pessoa. Cabe a nós identificá-los o quanto antes. O leão não vai recuar por medo ou submissão, mas sim por causa da nossa assertividade, confronto ou quebra total da expectativa.
De acordo com o que aprendi com minha experiência de vida, o opressor percebe a mudança. Ele identifica que a nossa submissão era o remédio e, como ela se foi, agora está diante de alguém imprevisível e, portanto, perigoso para o status quo que lhe beneficiava.
O leão não ataca porque sente que não pode mais controlar a presa. Não fui confrontada em nenhuma das vezes que reagi, fui olhada, tentaram me analisar, descobrir meios de burlar e anular meu eu novamente, porém a sacola se encheu novamente e nela não cabia nada que pertencia aos leões.
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Nota importante: Este texto traz reflexões pessoais sobre experiências de vida. Se você que está lendo sente que precisa de ajuda para enfrentar um momento difícil, não hesite em procurar um(a) profissional de saúde mental.
(Este aviso foi elaborado com apoio de inteligência artificial, revisado e adaptado por Afeto Reflexivo.)
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